Justiça do Trabalho adota perspectiva de gênero para proteger vítimas de assédio moral e sexual

Por Camila Zatti Araponga
Especialista em compliance trabalhista e direito do trabalho do escritório Bruno
Freire Advogados.
Nos últimos anos, a Justiça do Trabalho brasileira vem avançando na proteção de
trabalhadores vítimas de assédio moral e sexual, adotando o julgamento pela
perspectiva de gênero. Essa mudança não cria privilégios, mas corrige desigualdades históricas que dificultavam responsabilizar empresas e agressores, promovendo decisões mais justas e equilibradas.
O conceito parte do reconhecimento de desafios enfrentados principalmente por
mulheres, como a descredibilização da sua palavra, a naturalização de comportamentos abusivos e a dificuldade de denunciar situações de assédio.
Historicamente, a Justiça baseava-se em provas tradicionais, ignorando que grande
parte do assédio ocorre em espaços privados ou sob relações de poder assimétricas.

